BARCELONA – ESPANHA
Ano 2002, logo após o Brasil ter vencido a Copa do Mundo, parti num vôo para a Espanha, mas meu destino na mente e coração era a África. Uma pessoa havia me doado dois mil dólares por achar meio doido o que eu fazia.
Desci em Madri (já com 750 dólares a menos = passagem aérea), depois fui para Santiago de Compostela, fui também para sei lá mais onde, até chegar a Barcelona, a famosa cidade badalada Espanhola… Eu tinha um grande amigo lá, o Fito (Fernando), um argentino irmão que tive o prazer de conhecer no Arraial D’Ajuda, Bahia e depois, anos mais tarde o encontrei novamente na Tailândia.
Fito e Edu em BangKok – Tailândia
Fiquei três dias em Barcelona, com muitíssima economia. Fito vivia ilegal e fazia tatuagens de henna para sobreviver. Ele morava num quarto alugado na periferia da cidade, a qual com certeza digo: O lugarzinho perigoso, feio, sujo. Ainda bem que turista não vai lá, senão iria ter as piores impressões possíveis de Barcelona.
Periferia de Barcelona
Entretanto, como o Fito não estava fazendo nada naqueles dias, pois iria para o litoral num festival que iria acontecer na Costa, lá poderia fazer muitas tatuagens e ganhar um dinheiro, aproveitamos então para passear por Barcelona. – Curtir um pouco os locais turísticos. – Claro, como tínhamos que economizar dinheiro, pulávamos as catracas no metrô, não pagávamos os ônibus, comprávamos pão e salame para matar a fome, mas tudo feito com muita elegância!
Metrô de Barcelona
Cada um, cada um! – Barcelona para mim é mais uma cidade grande que conheci, com suas vantagens e desvantagens… nada mais!
Espanha nesta época vivia o seu auge, fartura para todos os lados, era o início do Euro. Da noite para o dia todos ficaram ricos, todos tinham dinheiro para comprar tudo (boa parte no crédito), tudo que era importado ficou barato, podiam viajar e esbanjar sua forte moeda, os salários de todos aumentaram como por milagre. Chegou-se com 1 Euro a comprar 6 Reais.

Lembro que ironizava a situação onde dizia: “O Brasil teve o milagre brasileiro na década de 70, o que nada mais foi que uma dívida externa. A Europa inteira está fazendo a mesma coisa”. Lembro também que muitos diziam que eu não sabia da força que tem a União Européia, eu em contrapartida dizia que somente um povo insano não olha as contas externas de seu país… Acho que hoje eles começaram a se dar conta que em 10 anos contraíram a maior divida externa da sua história… Assim como todos os outros países da Europa, mas isso não é papo deste site.

Como eu tinha um encontro em Milão na Itália, me restavam uns 10 dias para fazer alguma coisa. Era possível também, via litoral, ir para a França de ônibus e depois ir para Milão. Decidi ir junto com ele para este festival. Iria conhecer as praias do norte da Espanha. Fito tinha um carro tipo uma kombi, nela iria dormir. Eu comprei uma barraca bem porcaria e barata. E assim partimos…