Phnom Phen, Camboja, sem dúvida é a capital mais pobre do sudeste asiático, à beira do grande Rio Mekong. – Entretanto, é uma cidade grande, mas com muita pobreza e sinais claros de miséria, mas nada comparado à Índia. Nosso hotel, ficava na rua lateral, próximo à avenida frente ao majestoso rio, como sempre, simples. – Camboja é simples e é melhor um viajante caminhar conforme o local.
Um país, a meu ver inexplicável. Regido no passado sob a ditadura do Khmer vermelho, de Pol Pot, o qual levou quase 1/3 da população ao extermínio e pior, dos intelectuais e da mão de obra especializada. – Lá conheci uma pessoa formidável, cambojano, recém retornado da França, o que me facilitou a comunicação e longas horas de bate-papo. – Deu-me uma visão assim: Porque o Camboja não avança e a Alemanha avançou? – Simples, segundo ele. Na guerra, os alemães mandaram os sem instrução. Acabada a guerra, todo o valor cientifico estava preservado, pois não morreram. Já aqui, Pol Pot matou todos os que sabiam fazer alguma coisa e hoje não temos ninguém que tenha conhecimento. Tudo bem, isso tem explicação, e porque é inexplicável? – Porque o povo cambojano era e é o povo mais humilde e acolhedor do sudeste asiático, e são budistas. Como pode este povo ter feito o que fez? Nos tempos de Pol Pot todos eram inimigos, todos desconfiavam de todos, só havia ódio. Como explicar isso?
Nas noites, mal havia energia elétrica, somente em alguns pontos da cidade havia força constante, entretanto, os hotéis tinham um gerador que funcionava constantemente, digo, até certa hora, depois desligavam e tudo ficava escuro; mas eles eram legais, nos davam velas. Tudo era muito precário, e incontáveis são as pessoas que ficam o dia inteiro sem fazer nada, perambulando de um lado para outro. Isso me chamou muito a atenção e no fim de tarde, ficavam a olhar o rio. – Isso sem falar nos mutilados.
O que mais me marcou em Phnom Phen foi um dos locais que fomos visitar, o memorial nos campos de Cheung Ek, próximo à capital. Claro que para chegarmos até lá, mais uma daquelas aventuras em coletivos populares.
Em Cheung Ek estão expostos os crânios de milhares de cambojanos, os quais foram encontrados em valas, ali mesmo. Este era mais um dos locais onde foram torturados e mortos os que tinham algum conhecimento, ou contra a ditadura… Conhecidos como Campos da Morte.
A barbárie Pol Pot só acabou com a invasão do Vietnã, pois a ONU e seus comandantes fechavam os olhos a tudo aquilo e o governo vietnamita foi o único que fez alguma coisa. Invadiu e saiu, permitindo que o povo elegesse, depois, seus governantes. Bem diferente das informações que temos dos canais informativos ocidentais. Tal vergonha ainda se passa na Birmânia, mas da mesma forma por aqui se calam, ou camuflam a informação. – Porque estou falando sobre isso? Afinal, não é questão para um viajante… Sim, talvez, mas é uma questão para que percebam onde também está o perigo.
estranho, no periodo do regime a onu não tomar nem uma atitude, ou sera q estava finjindo q não via, ou sera q era muito lucrativo para a industria belica das grandes potencias? o mesmo se passa em varias partes do mundo, guerras duram decadas, e muitas vezes praticamente não existe industria belica nesses paisses, ex: CONGO, ETIOPIA, SOMALHA, IRÃ E IRAQUE, ISRAEL EO PALESTINO………. a lista é enorme se observarmos so os ultimos 50 anos as guerras na africa eram praticamente sem motivos, e sim extigadas por interesses ocultos.
A ONU cada vez mais mostra a sua cara, ou seja, defender interesses dos países ditos ricos… Infelizmente!
Abraços, Flávio
Bem isso Taty, um nome que deveria ser esquecido, o deste ditador. – Sabia que sai de lá e fiquei um bom tempo cumprimentando e pagando as coisas, sempre com as duas mãos. Gostei muito deste gesto deles.
Super abraços de viajante.
Oi!Eduardo…
Muito bonito,o camboja!
Mas essa parte da historia do pol pot,é lamentável,o nome desse genocida, devia ser esquecido.
Vc ,não saiu de lá ,conferindo os dedos?????? Abraços
Graça, a humildade do cambojano é impressionante, às vezes penso: Neste mundo de nações perversas, o que poderá ser deles? Via de regra, a única coisa que procuro saber de um país antes de ir é sua posição no mapa, o resto, deixo acontecer. Talvez por isso, tenha desenvolvido o sentido de observar. – Aqui entre todos; é muito emocionante você chegar num país e saber quase nada dele.
Beijos e super contente por receber suas visitas.
Edu, povo interessante. Gostei demais do ritual de dar com a mão direita e a esquerda, segurando o pulso. Quando viajamos é de fundamental importância conhecermos um pouco destes gestuais. Vc procura conhecê-los antes de ir?