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Atravessar os rios da Amazônia é sempre interessante, nem que seja de uma margem a outra = ano 1999…
Na rápida travessia fui pensando onde iria ficar, pois em Monte Dourado me avisaram que era muito perigoso Laranjal do Jari. Entretanto eu estaria ali só de passagem, pois iria para a estrada e de lá tentaria uma carona.
“Planos, nada mais que planos” – Ainda bem, imagine uma vida cheia de planos e planificada, acho que ficaria louco.
O barqueiro, muito gentil, pois não me cobrou a travessia, também eu não tinha dinheiro, após atracar disse:
– Pode descer é aqui!
Eu já tinha andado por favelas em São Paulo, conhecia também várias casas ribeirinhas da Amazônia, mas aquilo era muito grande.
– Mas, por onde vou?
– Vai indo naquela direção e você sai no centro da cidade.
Era um labirinto de casas de madeira. Havia moradias, bares, boates, comércio e tudo isso construído sobre o rio em palafitas. Como era de dia caminhei sem preocupação, mas não posso negar que fiquei assustado, porém tinha aprendido a me defender e a ter meu defensor próximo.
Parei num boteco, pedi água e… Informações. Perguntas, nisso sou expert… o que perguntar:
– Como saio daqui?
– Onde fica a estrada?
– A cidade é toda assim?
Viu só como sou expert!!!
Depois de ter ouvido e guardado o mapa na cabeça, me despedi e comecei a minha maratona. O difícil era saber quem era quem, mas lembrava o que ele me disse:
– “Passa o bar do Zé, virá assim (direita), pula a vala, anda um poco e você vê a boati do Jacaré, têm umas mulhé na porta, você vai vê, só segui e sai na rua principal. Num se perde de jeito nenhum”
Sofri um pouco, mas consegui sair sozinho, nem precisei da ajuda de um GPS. Não na rua principal, mas na do lado.
Laranjal do Jarí é uma cidade como qualquer outra da Amazônia, o que a difere é justamente essa enorme quantidade de casas a beira rio. – Mas é cultural – Ali já teve um grande incêndio, o qual destruiu boa parte de tudo aquilo, o governo construiu casas populares a uns 500 metros dali, justamente para não ter problemas mais com enchentes, nem com fogo. Porém, dizem que o povo abandonou as casas e voltou a construir as casas em palafitas na beira do rio. Por quê?
Oras, porque eles gostam!
Muitas vezes no sul do Brasil ou às vezes no exterior se ouve falar umas besteiras em relação aos ribeirinhos, que na realidade só serve para demonstrar a falta de conhecimento.
Essa forma de moradia faz parte da cultura deles!
Já estando na rua principal, que era asfaltada, sabia que era só seguir reto que daria na estrada. Caminhei tranquilo e contente, mas precisava sair daquela cidade. Eu curto a Amazônia, todo aquele clima, aquele calor humano, não gosto muito das músicas, nem do volume que eles a ouvem, mas, paraíso está nos céus.
Caminhei um pouco é vi um posto de combustível, local ideal para um viajante pedir informações mais precisas.
– Rapaz é melhor você ficar por aqui, na estrada não passa ninguém. E todo mundo que vai para Macapá abastece aqui. E é perigoso demais ficar lá sozinho.
Bem, neste posto permaneci uns três dias até conseguir uma carona até Macapá, a capital do estado, me ajeitaram um local coberto onde podia estender a minha rede e o mais importante. Segurança!

Não sei hoje como andam as coisas por lá, mas Laranjal era um dos pontos de saída para garimpos clandestinos da região, sendo assim, era local de encontro de garimpeiros, prostitutas, pistoleiros e tudo que é gente estranha. Eu me sentia o único normal ali. E a polícia?
Muita gente, principalmente os do sul não sabe bem como é a realidade em locais que se concentram pessoas em busca do dinheiro fácil e com uma selva ao lado.
Aquilo não vai acabar, pois as boates ficam lá. Até um tempo atrás algumas das boates tinham um carrinho de mão, desses de construção, pois todas as noites era comum morrer alguém por causa de brigas. E para facilitar o transporte do morto, o colocavam no carrinho e facilmente o jogavam no rio.
No final me dei bem por ali, pois fiz amizade com o dono do posto. Também observei umas coisas doidas; uma que não esqueço é como transportar combustível para os geradores de energia no meio da selva, onde não tem pista de pouso para os pequenos aviões.

O que você deu a entender é que o laranjal é só pontes parece até que não tem ruas, que o Jari só tem prostitutas, miséria,ladrões e violência. Laranjal do Jari mudou muito e está diferente,tudo isso aconteceu a anos e já não tem mais essas coisas.Você colocou só o lado ruim (que agora é passado),não mostrou o lado bom do Jari
Já viu a data da postagem???
Trabalhei pela Empresa Itapuam do RJ ai na fabrica de celulose do Jari por dois meses, em 1991, o alojamento ficava em Munguba bem próximo da fabrica, conheci o Beiradinha e o Beiradão, saiamos do trabalho e íamos atrás das mulheres, pois tinha varios puteiros, não tinha violência, o que predominava no local era a pobreza, as mulheres ficavam nos perguntando se eramos do Rio e se as traríamos para o Rio.
Época boa.
Estou fazendo uma pesquisa. Se alguém que morou em Laranjal do Jari souber informações sobre um antigo comércio chamado Comercial Casa Verde , gerenciado na época pelo Sr. João Bosco poderiam ceder algumas informações? Obrigado.
Trabalhei no projeto Jari e sai na crise de 1995, quando ocorreu uma demissão em massa na empresa. Laranjal tinha realmente esses acontecimentos, quem morava em Monte Dourado e era de fora tinha certo receio em atravessar o rio devido a violência das pessoas que eram de garimpo e viviam em boates com prostitutas.
Diariamente ocorriam brigas e as pessoas feridas eram levadas ao hospital de monte dourado. Mortes também eram frequentes.
Com o passar dos anos a violência diminuiu, os garimpos foram acabando e o policiamento ficou mais ostensivo afugentando os brigões e pistoleiros. Policial era chamado de “samango”, tempo bom!
Trabalhei na Cadam,em 2001,e nos finais de semana,ia só Beiradão,fazer compras e a noite ia na boate boca da noite
Trabalhei nesta região precisamente no Rio Cajari até subindo Rio e chegando em Água Branca, muitas vezes íamos à Laranjal do Jari e depois o projeto acabou fui para Laranjal do Jari e Jarilândia e região (beiradão), como quiserem, a região é muito linda, foi uma experiência de vida, vivi muitas coisas,mais o que fica no meu coração, são as pessoas humildes, mais de um coração maravilhoso, podem dizer que quiserem sobre um povo atrasado, de origem indigna, enfim, mais nada me deixa fascinado como o povo da floresta, tanto os ribeirinhos aos que moram no alto Jari.Fica aqui meu carinho aos meus irmãos de sangue.
Morei 10 no projeto Jari em Munguba, amei esse lugar tenho Saudades,vivi minha adolescência andava no Beiradinho,Beiradão,Planalto,São Miguel e Muitos Outros Lugar da época tinha a melhor escola do estado do Pará, Monte dourado uma cidade Planejada onde tudo que uma cidade poderia se pudesse voltar no tempo voltaria ao Jari .
morei na década de 80 passei minha infância neste lugar estudei no colégio fejari na época ficava em monte dourado lembro-me que tinha o staff onde moravam só a elite da jari morei também na cidade que pegou fogo sete vezes beiradão era criança e lembro quando acordei de madrugada com os estouros de botijões de gás.
Gostei, bom relato de sua infância em Jari…
Abraços
Eu morei no Laranjal do Jari por 5 anos e tenho muito orgulho de fazer parte desta grande cidade., Como disse nosso colega acima, as moradias fazem parte de nossas vidas e foda-se os imbecis.
Muita gente, Jandira, não gosta de respeitar culturas, e acham que somente eles vivem bem. Na real, eles não sabem o quão é bom ser um ribeirinho.
Cara, quando tu fala sobre os carrinhos de mão em frente as boates, fiquei abismada, como pode uma pessoa que apenas passou uns dias ali, citar algo desse tipo?? Se isso estiver ocorrido de fato, foi na década de 70, quando Laranjal começou a ser povoado, por pessoas em busca de riquezas e dinheiro fácil, e isso faz muito tempo, nunca ouvir ninguém falar a respeito disso!!
Oi, Lucia, eu passei em Laranjal do Jari na década de 1990, faz quase 20 anos. Com certeza muita coisa mudou e muitas histórias se perderam com o tempo.
Abraços
Olá, o texto teve pontos legais e outras nem tanto, pois algumas coisas publicadas, deixa uma imagem bem feia da cidade, e quem conhece mesmo, sabe que não é bem assim que funciona!!
Uma coisa intrigante que há em Laranjal do Jari é uma cruz nazista de aproximadamente 3 metros, com o nome Joseph Greiner e a cruz suástica gravadas nela. Há quem diga que eles vieram aqui procurar uma “cidade perdida”, porém relatos de indígenas disseram que eles faziam uns experimentos com os que ali viviam, enfim, seja lá ql for o motivo da visita, é td mt tipico do nazismo, coisas ruins :T
– E Edu, mt bom suas postagens, mano. Parabens. Uma única sugestãozinha se me permite: Explore mais a parte intrigante ou que vai além do limite da compreensão, algo como os mistérios que há nos locais por vc passa (:
Um abç cara.
Só corrigindo: eu quis dizer que vc devria ter conhecido a cachoeira, pois eu a conheci, 🙂
Morei em Monte Dourado entre 2004 e 2006. A única coisa boa de lá que eu achava era a tranquilidade de pode andar na rua sem se preocupar coma violência. A primeira vez que cruzei o Rio Jari e pisei no Laranjal tomei um susto muito grande! Nunca tinha visto tanta pobreza na minha vida – e olha que parte da minha infância foi morando em casa de madeira na periferia de Belém. Mas valeu a experiência. Só acho que vc deveria ter conhecido a Cachoeira de Sto Antônio, que é um espetáculo da natureza.
ola o meu e-mail é estes
franciscop1968@hotmail.com ou francisco.paulo@vale .com
olha tenho um irmão que mora aí, e eu procuro ele, no nome dele é domingos paulo de oliveira mas conhecido como ( DUDA).se alguem o conhece passa esse e-mail para ele para poder entrar em contata comigo
obrigado
olha eu tbm, ja morei em monte dourado, e conheço o laranjal do Jari, morei em monte dourado dev 1974 ate 1998, e hoje moro fora de monte dourado, mas mesmo assim, tenho saudade de monte dourado
– “Passa o bar do Zé, virá assim (direita), pula a vala, anda um poco e você vê a boati do Jacaré, têm umas mulhé na porta, você vai vê, só segui e sai na rua principal. Num se perde de jeito nenhum” Hehehe
Olá Edu, tudo bem?
Vou visitar Laranjal o mês que vem…gostaria de saber melhor sobre a cidade…me envia o seu fone…obrigada!!!
Telefone?!? – Não usamos…
Abraços
quanto as musicas, concordo plenamente. ninguem merece essas coisas(mélody, tecnomélody e sei la mais oq). são horriveis, saem completamente da real cultura paraense e amapaense. porêm nossas musicas n são só isso. se estiver interessado em musica boa da região norte pode começar com: Zé miguel, Pinduca, Nilson Chaves etc, essa sim é a verdadeira cultura nortista.
Oi, Endy, passe os links no you tube desse pessoal para agente divulgar.
Abraços
oi. sou morador de Monte Dourado. estou aqui para dizer q gostei dos textos(de monte dourado e de laranjal), porem tem algumas coisas a serem corrigidas. no entando, no geral são bons textos, que julgo mt importantes, pois assim outras pessoas tem a oportunidade de saber um pouco sobre essa terra tão abandonada. em outra ocasião farei minhas correções, pois estou um pouco sem tempo. atenciosamente, Endy Reis Brito.
apesar de morar em macapá que eh proxima … nunca cheguei a conhecer laranjal e nem monte dourado.
bem lgl a materia =D
Obs: odeio as musicas q tocam aki u.u
Oi, Polly, essas musiquinhas são meio difíceis de escutar… rsrs
Abraços e obrigado
É, eu me lembro que de violência quase não se ouvia falar, mas escutei histórias das cidades “fundadas” em garimpo, pode nem ter sido falha no texto pode ter sido minha interpretação também…
Pra compensar faz um sobre a cidade mais amigavel que você visitou (na região amazonica).
Êta leitor chato né… ainda te diz sobre o que escrever hauhauhauha
Que isso, mano, sugestões são tudo!
Já tenho aqui na minha cabeça o local que me causou uma surpresa muito agradável na Amazônia, escreverei durante a semana.
Abraços
Pô, no seu texto dá a entender que a amazonia inteira é assim…
minhas lembranças são de garoto mas acho que não é bem assim não =P
Abraços!
Não foi essa a minha intenção, se o fiz, foi por falha no meu texto. As capitais são bem diferentes, assim como Rondônia e Acre. Porém, as cidades ribeirinhas dos grandes rios tem muitas características assim, menos na questão violência, pois a maioria não teve garimpos e nenhuma tem uma grande “favela” como a de Laranjal do Jari,
Abraços, Mano