Sem dúvida viajar de ônibus é uma das grandes experiências vividas em Sri Lanka. Já, os trens são agradáveis, carona é algo difícil que conseguimos poucas vezes, pois longe das zonas mais habitadas, os carros particulares não vem. Às vezes que conseguimos, logo após esticar o dedo quando víamos um veículo, esse de pronto parava. Como dado curioso; pegamos em quatro ocasiões carona com os Tuk tuk, os típicos táxis de três muito populares também na índia, Tailândia e outros países. Ocorria era a curiosidade em querer falarem com nós.
Voltando aos ônibus, a vida dentro deles é intensa ao máximo. Muito baratos (para nós), lentos, quentes e apertados, onde o relacionamento humano me entretem e alucina, sem exceção; Param em qualquer local, entram em todas as minúsculas vilas, o que te permite conhecer muito além do que imaginas.
O mais incrível é que jamais tivemos que viajar em pé. Sempre, sempre mesmo encontravam um local para sentarmos, mesmo que fosse minúsculo. Inclusive, mesmo com nossas protestas de não precisar, faziam questão de nos ceder um assento, e desta forma também chegamos a:
TRINCOMALLE, um local inesquecível, a cidade mais multicultural do país. A população se divide quase em partes iguais de budistas, muçulmanos e hinduístas (Sinaleses, Tamiles e muçulmanes), o que converte o local, em tudo, um festival de Pagodas, templos Hindus, e Mesquitas, um ao lado da outra. Também algumas igrejas.
Aqui os efeitos da guerra foram mais tensos. Ainda que não sofreu bombardeios como as cidades mais ao norte, devido as múltiplas culturas fica fácil imaginar o quanto era difícil se manter vivo nesta localidade. Mais ainda: Por estar situada na linha de frente dos combates, recebeu muitos refugiados.
Infelizmente, ou por sorte, difícil dizer, TRINCO ainda não recebe muitas visitas. Os raros estrangeiros que por ali passam, somente o fazem para fazer o transbordo de ônibus, com destino às praias um pouco mais ao norte = NILAVELLI, entre outras, supostamente o melhor lugar para se praticar mergulho no país, e, sim, a praia é linda, porém, melhor o sentimento prazeroso de passear e perder-se por Trinco.
Para mim, o mais interessante de Nilavelli foi chegar o fim de semana e ver os nativos se divertirem. Também fui testemunha da falta de respeito que muitos estrangeiros (turistas) cometem. – O turismo pode destruir culturas e paraísos – Nesta localidade presenciei uma estrangeira fazendo top less e sem demonstrar nenhum respeito a cultura das pessoas que ali vivem. Claro, por obviedade, todos se puseram a olhar. Seu acompanhante masculino olhava com olhar de braveza os curiosos. Ridícula situação, a policia veio e pediu para que a mulher se cobrisse, pois ali em Sri Lanka mulher jamais se expõe desta forma.
Depois de dias em trinco, nos dispunha continuar e assim entramos finalmente em território do norte. É como se cruzar uma linha, um mundo a parte do resto do país, com caráter e cultura única. Mais parecido a Índia que ao próprio país budista que é o Sri Lanka. O estado das estradas sofrem uma mudança radical, onde a poeira se torna tão grande que muitas das vezes o ambiente é irrespirável. Sim, a presença militar é forte por todo o país, e nas terras do norte, esta, está multiplicada.