Faz um mês que estamos morando no veleiro, aqui em Fortaleza, Ceará, o que consigo analisar:
Bem… Lembro sempre de três pessoas que conheci que moraram em veleiro por anos. Um estrangeiro, um brasileiro e uma brasileira… E, os três foram as pessoas que mais disseram o que é a realidade de estar morando num veleiro… Por sorte minha os três não tinham dinheiro como tem a maioria dos velejadores = Eles ralavam para sobreviver no mar.
Morar não é brincar de velejar, assim como morar num motorhome não é brincar de ser caravanista, ou ainda ciclista não tem nada a ver com uma pessoa que mora e viaja em sua bicicleta. Igualmente em outras formas de morar e fazer morada no que se viaja.
Morar num veleiro te dá obrigações diárias, te dá preocupações diferente, te faz saber que o bom de estar no mar é que se está longe dos terráqueos; Que o bom é dormir balançando, dormir numa cama que não balança ou caminhar sem balanço é estranho; Que água é apenas questão de saber controlar, mas você tem que ir à luta por ela; Que banho salgado não é ruim, etc.
Vou dizer algumas frases que eles me disseram e me marcaram:
– Não é possível que em uma semana a pessoa não aprenda a velejar. Depois se vai ser bom velejador, é como bom motorista de carro, o tempo dirá… E truques e técnicas você naturalmente vai aprendendo.
– Eu não me dou com os velejadores… Eles não têm noção do que é viver no mar.
– O que mais me cansava era ter que a cada três dias buscar água doce. Subir e descer do bote com os galões.
– A única coisa importante é ter o documento do barco em dia e seu passaporte. O resto – se for esperto – se ajeita.
– Morar num veleiro é trabalhar muito, pois você quem faz todos os reparos.
Cecilia e eu depois de um mês aqui no VelaZen=Pamira estamos contentes, apesar de variados problemas que nos acorreram. Não em relação ao morar no veleiro, mas sim, uma série de coisas que não tínhamos noção de como estavam e tivemos que soluciona-las.
Cecilia e eu lembramos muito de nossa gostosa viagem de bike pelo litoral do Brasil, e ela diz:
– Amo estar aqui no veleiro, se pudesse, nem ia para terra.